terça-feira, 4 de agosto de 2009

SER PAI


Pai não sente fisicamente a paternidade, suas entranhas não se modificam. É no seu coração que ele abriga aquele serzinho tão miúdo e ao mesmo tempo um gigante, é ali, no coração do homem que ocorre a gravidez de um pai.
Ele fica imaginando aquele que será o prolongamento de si mesmo, um pequenino ser com vida própria que é toda a sua vida, um bebezinho tão pequenino e apesar disso tão poderoso a ponto de transformar toda a vida de um homem. Ao acariciar a barriga da mãe do seu filho, o pai sente uma ternura até antes inimaginável e anseia pelo momento em que ainda ali na barriga, possa sentir os movimentos do seu príncipe ou princesa. Para um pai não importa saber o sexo, já está completamente subjugado por aquele amor até antes desconhecido e que mudou radicalmente a sua vida.
Um pai quase enlouquece de felicidade ao pegar nos braços, seu filho pela primeira vez. Contempla-o e vê – mesmo não sendo visível - as características encantadoras daquele miudinho que nem bem veio ao mundo e já se tornou o mundo do seu pai. Esse pai é tomado de assalto por um turbilhão de emoções que invadem seu coração, dali em diante a vida não será mais a mesma.
O orgulho toma posse daquele pai ansioso por ensinar ao seu rebento tudo o que sabe, e teme pouco saber para fazer dele a melhor pessoa do mundo, esse é o seu desejo.
Este sentimento divino faz com que o homem se sinta um pouco Deus e o torna um adulto vulnerável, temeroso e inseguro, tal é sua preocupação em dar o melhor de si. Os progressos dos seus pimpolhos, príncipe ou princesinha – o envaidecem, o encantam, deixam-no completamente deslumbrado.
E é assim que o menino faz do homem criança e o homem passa toda a sua vida a fazer daquele menino um grande homem.
Quando um pai, consegue seu intento, sente-se com toda a razão, o maior artista do mundo.– Afinal, ele é um PAI!

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